sábado, 11 de janeiro de 2014

Construtores da Língua Portuguesa - Padre António Vieira


por Helena Batista
                                           
«um país que tem à sua disposição um criador como Vieira devia proteger a língua em que ele escreveu e divulgá-lo mais junto dos seus»     
                           
Francisco José Viegas in Correio da Manhã de 06.02.2013



Filho peninsular e tropical
De Inácio de Loiola,
Aluno do Bandarra
E mestre
De Fernando Pessoa,
No Quinto Império que sonhou, sonhava
O homem lusitano
À medida do mundo.
E foi ele o primeiro.
Original
No seu ser universal...
Misto de génio, mago e aventureiro.

                           Miguel Torga

Pessoa chamou-lhe o Imperador da Língua Portuguesa. Nasceu em Lisboa, a 6 de fevereiro de 1608, e faleceu na Baía, a 18 de julho de 1697. Aos 15 anos, já na Baía, sente o apelo da vocação e entra no Colégio dos Jesuítas, onde cumpre estudos e se torna missionário. A sua biografia revela um lutador incansável pelos direitos humanos, tendo-se destacado na sua ação junto da Corte de D. João IV, enquanto pregador régio e defensor do fim da escravatura, exercida pelos colonos, aos ameríndios. Em nome da libertação dos índios e contra os colonizadores europeus no Brasil, encetou várias viagens pela Europa, sempre apoiado pelo rei D. João IV.


Ficou famosa também a sua luta pelo fim da distinção entre cristão novos e cristãos velhos e a sua proposta ao rei para que incentivasse os judeus abastados e foragidos a regressarem ao país, para que ajudassem a balança portuguesa com as suas divisas. A sua luta valeu-lhe a crescimento de ódios, sobretudo no seio da igreja, o que viria a contribuir para a sua detenção, pela Santa Inquisição, após a morte do rei amigo, D. João IV, em Dezembro de 1667. Libertado em 1668, parte para Roma, onde continua a lutar contra as injustiças do Santo Ofício. Regressa a Portugal em 1681 e escolhe o Brasil para terminar a sua vida, organizando a sua vasta obra escrita. Os seus sermões encheram igrejas, nomeadamente a igreja de São Roque, em Lisboa. Em segredo, salvaguardando-se das teias da Inquisição, escreve um livro onde expõe o seu grande sonho, o sonho do Quinto Império, inspirado nas trovas de Bandarra, e que virá a ser retomado por Fernando Pessoa na sua obra Mensagem.
 

Nota: imagens retiradas do Google

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