sábado, 28 de dezembro de 2013

Os primeiros sinais do Português escrito


Há oitocentos anos, a Língua Portuguesa dava os primeiros passos na escrita. No Arquivo Nacional da Torre do Tombo e na Biblioteca Municipal de Lisboa encontram-se guardadas as maiores relíquias que se conhecem dos primeiros textos escritos em Português antigo, também designado de Galego-Português, e que documentam e celebram o seu nascimento. Os textos escritos anteriores ao Português Antigo registam o Latim como língua escrita de comunicação e que está na matriz da formação da Língua Portuguesa.
Carta de doação pelo infante D. Afonso Henriques a Egas Ramires da igreja de São Bartolomeu de Campelo. 1129.
Neste texto em Latim, aparece a palavra Portugal, um sinal de que a Língua Portuguesa estaria a autonomizar-se do Latim, a par do processo de construção do Reino de Portugal.


Entre os textos mais antigos, regista-se  a Notícia dos Fiadores de 1175 (uma lista de nomes) o Testamento de D. Afonso II, datado de 1214, e a Notícia de Torto (uma narrativa sobre a vida de um nobre), texto que os filólogos julgam ter sido escrito entre 1211 e 1216.
“Notícia de fiadores”. 1175.

“Notícia de Torto”. 1211-1216?

 
Testamento de Afonso II. 1214
A comunidade científica considera o Testamento de D. Afonso II o texto mais antigo que se conhece em escrita portuguesa e que marca a celebração dos 800 anos da Língua Portuguesa entre 5 de Maio de 2014 e 10 de Junho de 2015, evento organizado pela CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Esta associação instituiu a data de 5 de Maio como o Dia da Língua Portuguesa, assinalando assim a importância da comunidade lusófona no mundo.
Bibliografia
http://cvc.instituto-camoes.pt consultado em 16.12.2013
http://antt.dgarq.gov.pt/ em 16.12.2013

Cláudia, Helena e Joana 


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Pedra Filosofal: o sonho, a demanda

O Português, uma língua com História, é também uma língua de grandes escritores. Ao longo de 800 anos de História, pode dizer-se que crise alguma afetou a veia poética dos falantes portugueses. Citar nomes é sempre tarefa ingrata, dada a robusta arbórea de escritores de Portugal, da CPLP e dos PALOP que não para de nos surpreender. Talvez porque o sonho esteja na matriz do ser português e o mova em busca incessante da pedra filosofal. No poema de Gedeão, musicado e cantado por Manuel Freire, encontramos a assunção do sonho como metáfora de verdadeira demanda que deve mover os homens e que sempre está presente na expressão lírica da alma portuguesa.
 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Histórias em Portugês: A contadora de histórias

de Cláudia S.
 
- Truz, truz!
- Quem bate à porta?
- SOU eu! - Eu quem?
- A Mãe.
- A Mãe?! ... Mãe de Quem?
- Da Língua Portuguesa
- Euh … euh… a… a… Em que posso ajudar?
- Pode ajudar-me, ouvindo a história das minhas viagens pelo mundo! Nos tempos que correm, as pessoas andam tão apressadas que parece que se esqueceram de mim!
- Ouvir? … Não precisa de pedir! Entre e conte-me as suas histórias!

O Português no mundo - mapa retirado do google

- Tudo se passou há muitos, muitos séculos atrás. Os meus pais são descendentes do Luso que, muito cedo, vieram habitar estes montes, onde construíram as suas casas e fundaram as aldeias que conhecemos por castros. Mais tarde, há cerca de oitocentos anos, nascia eu no Norte de Portugal, depois de os Romanos, no século II aC, terem ensinado o Latim a estas avelaneiras floridas. Alguns anos passaram e foi já no século VIII dC que os meus egrégios avós receberam influências dos árabes, um povo muito interessante e que me ensinou tantas coisas e me acrescentou novos conhecimentos, novos sons, novas semânticas, enfim, novas palavras. Entre os séculos XII e XIV chamaram-me Galego-Português. Mais tarde, já no século XV e XVI tornei-me uma língua com uma identidade muito própria e foi quando os navegadores pegaram em mim, como uma sementinha, e me levaram para os vários cantos do Mundo. Por todos esses lugares floresceram tantos braços, tantos troncos, tantos raminhos, sempre regados por inúmeros avós a contarem incontáveis histórias aos seus descendentes, em tantas e tão distantes partes do mundo! Todos humanos, ainda que diferentes! Embora mudem a cor da pele, o cabelo, os olhos, a Língua diz o mesmo. Alguns desses ramos vão minguando à medida que os meninos, ao crescer, vão esquecendo a Língua dos seus avós. Todos devem ter orgulho na sexta Língua mais falada no planeta terra. Quantos morreram, falando e lutando em Português, por palavras como amor, amizade, liberdade, paz e outros direitos humanos que precisamos de continuar a defender! Em muitos lugares do mundo, os nativos aprenderam a minha língua e decidiram “adotar-me”, no seu país. Assim acontecendo em Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Timor e Macau, Brasil, países onde a Língua Portuguesa é acarinhada e é Língua Oficial.
Hoje, milhões de pessoas falam a Língua Portuguesa
- E agora, o que vai fazer?
- Bem… Agora, vou continuar a divulgar a minha História, pois, afinal, é a Língua Portuguesa que nos permite comunicar em tantas partes do mundo, é o Português a língua que nos une.

A viagem das palavras, no Museu da Língua Portuguesa

O Museu da Língua Portuguesa ou Estação Luz da Nossa Língua é um museu interativo sobre a Língua Portuguesa, situado na cidade de São Paulo, Brasil, no histórico edifício Estação da Luz, no Bairro da Luz, concebido para dar a conhecer a língua que fundou o Brasil. A animação abaixo conduz-nos à reflexão sobre as origens e expansão do Português:
 
 

O Natal em Língua Gestual Portuguesa