domingo, 19 de janeiro de 2014

A Universidade de Coimbra

por Helena  Batista

A Universidade de Coimbra, sob o lema de “símbolo de uma cultura que teve impacto na humanidade", foi classificada pela UNESCO, no dia 22 de Junho de 2013, Património Mundial da Humanidade. Fundada em 1290 pelo rei D. Dinis, nela se iniciaram em Portugal os primeiros estudos em Artes, Leis, Cânones e Medicina, oferecendo às classes privilegiadas, os estudos necessários para o desenvolvimento do país. Hoje, organizada em oito faculdades, a Universidade de Coimbra oferece todos os graus académicos (arquitetura, educação, engenharia, humanidades, direito, matemática, medicina, ciências naturais, psicologia, ciências sociais e desporto).


Na década de 6o do século XIX, a Universidade de Coimbra foi palco de controvérsias ideológicas, que colocaram em confronto o velho Portugal com as ideias novas que se faziam sentir pela Europa moderna e que viriam a contribuir para o debate sobre o Ensino e a Educação em Portugal, nas célebres conferências do Casino em Lisboa. Eça de Queirós, Antero de Quental e Ramalho Ortigão foram algumas das figuras que se destacaram nesta polémica, que acabou por ser silenciada, com o encerramento das conferências por ordem do poder real.

Célebre pelas tradições académicas, na Universidade de Coimbra se desenvolveram as primeiras Tunas, que remontam a 1888, por onde têm passado vozes e músicos célebres como José Afonso, Artur Paredes e Luís Goes. Estes agrupamentos musicais que se distinguem pela guitarra e pelo canto divulgam o espírito da cidade de Coimbra que é fortemente marcado pela saudade.


Da Universidade de Coimbra faz parte a Biblioteca Joanina, construída no século XVIII, sobre um espaço prisão que foi cárcere do Paço Real, sendo considerada “o casamento perfeito entre o saber e a arte”, segundo Carlos Fiolhais.
 
 
Situada no Palácio das Escolas da Universidade de Coimbra, no pátio da Faculdade de Direito, a Biblioteca Joanina foi construída sob a égide do rei D. João V, em 1717, que também mandou erigir o Convento de Mafra, monumento que também integra uma imponente biblioteca, não poupando meios para nelas concentrar todo o esplendor da arte barroca. Um espaço riquíssimo, decorado a ouro, onde os morcegos encontram alimento e ajudam a conservar a memória dos autores antigos que são os livros.
 

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